Saí de São Paulo no dia 13 de Janeiro. Desde as primeiras pedaladas a viagem já demonstrou seu ritmo: Correria. Não pela velocidade ou pelo esforço físico, mas sim pela rotina da expedição. Fazer as refeições foi mais fácil do que eu imaginava, mas “montar e desmontar” os equipamentos que foi a tarefa mais complexa. Pedalei pela BR116, desde o Extra Taboão (Km 270) até a PRF de Miracatú (Km 344).
Dia 14 foi difícil. Acordei as 5h pronto para desmontar acampamento, entretanto a chuva anunciava que era hora de esperar. Fiquei dois dias ilhado no topo da Serra do Cafezal, sem sinal de celular.
No dia 15 pela manhã, ainda com chuva, desmontei acampamento e desci a serra. Foi uma experiência fabulosa, muitos caminhoneiros e policiais tentaram me desencorajar a descer, pois a serra está em obras. Fui com sangue nos olhos, sinalizando para os caminhoneiros e fui respeitado na pista. Do Km 344 pedalei até o Km 444, na altura de Registro. Pousei na cidade com apoio do Centro Espírita Dr. Bezerra de Menezes. Obrigado Vladmir pela acolhida, o albergue é muito limpo e a energia do ambiente é muito positiva. Comi muito bem a janta e o café da manhã, servidos pela casa.
De Registro, já bem descansado e pronto pra viajar, pedalei até Ilha Comprida. Saí da BR116 na altura do Km 464, e entrei na SP226, a qual eu pedalei todos os seus Kms (+/- uns 60). Apesar do vento contra na SP226, foi uma viagem muito gostosa. Essa estrada é linda, muito arborizada e a vegetação vai se transformando enquanto se avançam os Kms da estrada. Cheguei umas 18h em Cananeia, zapiei na cidade em busca de Camping, e acabei indo à Ilha Comprida (Boqueirão Sul), onde me hospedei no incrível camping Namastê.
Ilha Comprida é uma região mais selvagem, afastada dos serviços e facilidades da cidade. Particularmente eu gostei muito disso, é necessário pedalar 3 km até a balsa para ir à Cananeia (balsa grátis para bikes e pedestres), mas isso não é problema para quem já pedalou 282 Kms. rsrsrs… O Rica e a Ariane, donos da pousada, são muito acolhedores. O ambiente é muito grande e incrivelmente limpo. Não se vê uma bituca no chão. A decoração do local é bem planejada, o que confere um certo ar paradisíaco, logo a 800 m da beira do mar.
Os dias em Cananeia e Ilha Comprida foram de muito trabalho, sol e chuva (muita chuva). Não posso negar que me diverti. Esses primeiros dias de viagem serviram muito para me ensinar o ritmo de vida sobre duas rodas. Como viver, comer e trabalhar.
Me preparo agora para chegar ao estado do Paraná via mar. Obrigado a todos que cruzaram meu caminho e de certa forma me ajudaram. Seja me dando atenção, seja me fornecendo algum provimento. Obrigado a todos os clientes com quem trabalhei também, foram serviços que fiz com muito gosto.
Vamos velejar!
Essa viagem continua em umrisco.wordpress.com
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